domingo, 6 de setembro de 2009

Reflexão

A NÁUSEA - Sartre, Jean-Paul
Pag65,66:
Eis o que pensei: para que o mais banal dos acontecimentos se torne um aventura basta, que nos ponhamos a narrá-lo. É isso que ilude as pessoas: um homem é sempre um narrador de histórias, vive rodeado por suas histórias e pelas historias de outrem, vê tudo o que lhe acontece através delas; e procura viver sua vida como se a narrasse.
Mas é preciso escolher: viver ou narrar. (...)
Quando se vive, nada acontece. Os cenários mudam, as pessoas entram e saem, eis tudo. nunca há começo. Os dias se sucedem aos dias, sem rima, nem solução: é uma soma monótona e interminável. (...)
Viver é isso. Mas quando se narra a vida, tudo muda; simplesmente e uma mudança que ninguém nota: a prova é que se fala de histórias verdadeiras. Como se pudesse haver histórias verdadeiras. (...)
Pag90:
(...) "Talvez não exista nada no mundo que seja tão importante para mim como esse sentimento de aventura.
Mas ele vem quando quer; desaparece tão rapidamente! Como fico seco quando ele me deixa! Farme-á essas curtas visitas irónicas para me mostrar que minha vida é um fracasso?" (...)

Nestes trechos que, não poderiam passar despercebidos pela sua concistência, estão pensamentos que merecem muitas reflexões.
Pois aquilo que fazemos de forma muitas vezes desapercebidas hoje, no futuro parecerão tão diferentes do que realmente são hoje.
Muitas vezes nos lembramos do passado com certa nostalgia como se fosse um filme em nossa cabeça mas com sentimentos tão diferentes dos das época vivenciada.
Será isso uma questão inata da existência humana ou é só impressão.

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